quarta-feira, 20 de junho de 2012

Hazel Eyes







Olhos castanhos
Não são bem castanhos
Olhos de avelã
De oliva
Olhos de tempestade
Que trazem a tormenta
E levam embora o sossego

Mas pra quê quero este sossego
Que se transforma pouco a pouco em monotonia?
Já me cansei da tranquilidade pálida e sem vida
Dela me refugio naquela cor
Na profundidade fria
Que arde como o fogo

Mas a cor não é bem certa
De dia traz o brilho verde da água
E à noite confunde-se com a escuridão aterradora

Seria apenas um clichê dizer que posso me afogar neles
Se não fossem como a ressaca do mar
Que tudo arrasta e engole
Trazendo somente os restos no dia seguinte

segunda-feira, 18 de junho de 2012

The Bridge




















Não há mais nada pra mim aqui
Sem você nada mais faz sentido
Sem o seu amor nada vale a pena
Pra que quero respirar se não sinto o seu perfume?
Pra que manter os olhos abertos, se não vejo mais a cor dos teus?
Me arrastar pela vida dormente? Inerte?
Pra que quero andar, se não for pra te alcançar?
E me manter de pé, escorado, como um tronco velho e apodrecido?
Podre também estaria o meu coração, que parou de bater no momento em que você me deixou.
Suas palavras afiadas me cortaram em pedaços
E já não há o que ser reconstruído
Sou um fantasma que vaga sem rumo pelo espaço
Já não há o que buscar, já não há o que esperar
Não existe culpa e nem remorso
E mesmo a dor já não é a mesma
Transformou-se num ruído cada vez mais baixo e difuso, porém constante
Uma névoa cobriu meus olhos, o mundo agora é cinzento
Meu rosto congelou-se inexpressivo
Não sinto mais frio, não sinto mais medo




...




Depois de um tempo a névoa começa a se dissipar, o céu está se abrindo
As gaivotas dançam em pares pelo ar
E o mar emite um chiado suave enquanto se desmancha por entre as rochas
Sua cor é clara como o céu
E sua brisa úmida acaricia meu rosto entorpecido
Por um momento o sol surge e me aquece
Cessa o cansaço e toda dor
Me sinto leve para voar...

Os portões dourados se abriram para mim!