quarta-feira, 24 de abril de 2013

Eclipse





















No pálido mármore da face
Esculpe-se uma máscara mortuária
Sem vida, sem cor, sem brilho
Apenas a forma vaga do que havia sido seu semblante
Perpetuado numa imagem fantasmagórica
Cujo olhar morto tem o poder de murchar as flores e os sorrisos
E enegrecer o mais belo dia de sol

terça-feira, 2 de abril de 2013

Bagunça



















Precisava arrumar esse quarto. Não encontro mais nada no meio de tanta bagunça.
Perdi minha caneta preferida. Também perdi a tesoura, um pé de meia e um livro que peguei emprestado.
Fui deixando o tempo passar, as coisas se amontoarem.
Fui deixando as coisas pelo caminho, acumulando as tarefas.
Escrevi um monte de lembretes que nunca vou ler.
É tanta coisa fora do lugar que nem sei por onde começar.
Talvez jogue fora algumas coisas de que não preciso.
Tem muito entulho por aqui.
Não reconheço mais esse lugar, não se parece com aquele onde cheguei há uns anos atrás.
Já não sei mais se estou falando do meu quarto ou da minha vida.
Mas acho que ela deve estar perdida em algum lugar por aqui também.